Não sou saudosista. Mas devo admitir que foi-se o tempo em que o púlpito não era palco nem tampouco palanque, e a congregação não era plateia, nem o pastor era considerado um showman. Foi-se o tempo em que os cantores que se dedicavam a louvar a Deus não tinham fã clube, nem sabiam o que significava tietagem. Mesmo porque, não havia performance, e sim, culto. Todos os holofotes eram voltados para Cristo. Os únicos aplausos que esperava ouvir deveriam vir dos céus.
O sonho de conquistar o mundo para Cristo foi substituído pelo sonho de tornar-se num mega-star gospel. O dinheiro antes investido para enviar missionários ao campo, agora é usado para pagar vultuosos cachês a estas estrelas, que ainda por cima exigem regalias, tais como, hotel cinco estrelas, carro de luxo com chofer, comidas requintadas (eu disse,requintadas, não requentadas!), etc.
Mas tudo isso está prestes a acabar. O mercado gospel dá sinais de que está ficando saturado. Ninguém suporta mais patrocinar os projetos megalomaníacos dessas estrelas. Talvez por isso, o fluxo esteja se revertendo. Se até bem pouco tempo, cantores seculares estavam se voltando para a música cristã, agora, cantores cristãos anunciam que pretendem trocar a carreira gospel pela secular.
Por outro lado, cada vez mais, os cristãos estão se conscientizando de que seu papel não é o de manter esta indústria religiosa, e sim, de trabalhar pela transformação do mundo.
Chega de fogueiras de vaidade! Chega de busca por títulos e fama. Que se busque servir em vez de ser servido. Chega de estratégias evangelísticas mirabolantes, de projetos milionários, Que o importante seja o que é certo, e não o que dá certo.
Voltemos ao velho e bom Evangelho, sem invencionices. Voltemos ao discipulado, sem a pressão pela multiplicação. Deixemos que Ele acrescente em número, enquanto nós focamos a qualidade de nossa vivência cristã. E que os milagres aconteçam em ambientes domésticos e seculares, no dia-a-dia, e não à granel, no atacado, como tem sido anunciados nos programas neo-pentecostais.
Está chegando o tempo em que o Evangelho será espalhado por toda a Terra, não através de eventos extraordinários, marchas, cruzadas, mas através de gente anônima, ilustres desconhecidos, que ofuscarão o brilho daqueles que se acham indispensáveis na expansão do Reino de Deus, e tudo isso, sem chamar a atenção para si.
Viva o novo tempo que já se insinua no horizonte da história.
Parabéns pelo texto, brilhante!!! "Que o importante seja o que é certo, e não o que dá certo.""
ResponderExcluirAmém, amigo!!
Amei o texto. Retrata a lamentável realidade,mais parafraseando: fazer o que é certo,porque é certo.
ResponderExcluirObrigado Roseli. Ajude-nos a compartilhar !
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