Charles Swindoll escreveu um livro que desafia aquelas pessoas que como eu costumam julgar um livro pela sua capa. Em um primeiro momento, o clássico “Como viver acima da mediocridade” pode até parecer simplesmente um livro de autoajuda; mas definitivamente não é. É um livro sensacional, que identifica as áreas do comportamento humano nas quais devemos estar atentos para voar mais alto e viver acima da média do que a maioria das pessoas vive, ou seja, viver acima da mediocridade. É quase desnecessário dizer que esse não é um chamado para uma vida de ambição descontrolada, busca de fama e reconhecimento desenfreado tendo o humanismo acima de tudo.
Por outro lado, um autor americano pouquíssimo conhecido no Brasil, J.R. Miler, falou sobre as pessoas que ficam chateadas por terem restrições em suas esferas de ações e vivem uma vida lotada de contingências e circunstâncias que simplesmente as impedem de fazer coisas extraordinárias para Deus no mundo. A fim de consolar tais pessoas, Miler evoca os trinta primeiros anos de vida de Jesus, mostrando que o filho de Deus passou a maior parte de sua vida em um humilde e rústico lar. O mais interessante é que esse Jesus viveu a maior parte da sua vida de modo digno no serviço, maneira integralmente digna do seu caráter nobre.
Nos nossos dias existe um apelo, mesmo dentro da igreja, dizendo que temos que ser “diferentes”, “destacados”, “incríveis”. No entanto, na busca de serem superiores, muitas (para não dizer a maioria esmagadora) pessoas acabam vivendo uma vida dupla, onde exteriormente é bem sucedido, santo e irrepreensível; enquanto esconde dentro de si problemas que se conhecidos pelos seus interlocutores, tiraria toda sua moral para falar. Aí que se encontra um problema: na ânsia desenfreada por ter uma vida sensacional, acaba-se vivendo uma vida medíocre, em que no Instagram ostenta roupas de marcas, viagens e restaurantes caros, mas esconde o rombo na conta bancária e o CPF bloqueado. Na igreja ostenta “humildade” dando uma de santão, mas se tranca no quarto para assistir pornografia. Vida dupla é, consequentemente, vida medíocre, uma vez que a maioria das pessoas vive assim.
Dizem os letrados que a palavra normal vem da palavra norma, como era chamado o esquadro do carpinteiro, usado para marcar ângulos retos. Portanto, a palavra normal significa algo “de acordo com a regra” e uma situação normal é a que está de acordo com o que se espera. Dito isso, é possível concluir que ter uma vida normal não contraria o ter uma vida acima da mediocridade que Swindoll fala. Na realidade, nos termos em que falo, ter uma vida normal é viver de acordo com o que se espera de um seguidor de Cristo e isso é, viver em adoração, serviço e retidão, vivendo o que se prega para pregar o que se vive, sem máscaras, sem vida dupla e sem hipocrisia.
Se alguém é usado por Deus para fazer coisas extraordinárias e alcançar muitas pessoas com o serviço cristão e a mensagem da Cruz, isso é sim algo sensacional. No entanto, é sensacional também as pessoas que vivem uma vida normal, de justiça e retidão, em santidade diante de Deus e boas obras diante dos homens.
Aprendi que é extraordinário viver uma vida simples de serviço e retidão. Às vezes isso pode até significar que são anos de preparação para se fazer algo maior e relevante. Não é tempo de teste da promessa, mas é simplesmente tempo de aperfeiçoamento, de crescimento, de preparação e treinamento. Abandonei a ideia de estar o tempo todo fazendo algo extraordinário, estou me preparando para ser usado por Deus de maneira grande. Alguém perguntaria: mas e se você morrer amanhã? Poderei dizer que não envergonhei o nome do meu Deus, pelo contrário, vivi uma vida de piedade, santificação e serviço, e isso já é viver mais do que a média das pessoas vivem.
Eu convido você a viver uma vida que pode ser chamada de pequeno Evangelho, anunciando em sermões sem palavras a maravilhosa história da cruz de Cristo. (Mateus 5.16)!
Fonte:minhavidacrista.com.br
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