Desafios da Internet - O perigo por trás dessa moda


Nas redes sociais como Facebook, Youtube, Twitter ou Instagram é comum observarmos usuários que produzem e disseminam conteúdos como parte de uma busca desesperada por visibilidade e pelo reconhecimento de outros internautas. No entanto, quando esta busca coloca em risco a própria integridade física do autor do conteúdo, creio que vale pararmos para discutir o que está acontecendo. Os exemplos que trago neste post são os famosos desafios das redes sociais. 

Se analisarmos os primeiros desafios que surgiram, tempos atrás, encontramos casos inofensivos e até mesmo altruístas, como, por exemplo, o Ice Bucket Challenge (Desafio do Balde de Gelo) que consistia em jogar um balde de água gelada sobre a cabeça de uma pessoa para dar visibilidade à doença esclerose lateral amiotrófica e encorajar possíveis doações à pesquisa. Neste caso, até celebridadescomo Bill Gates, Cristiano Ronaldo, Mark Zuckerberg, entre outros, participaram do desafio e se mostraram simpáticos à causa, ou seja, a visibilidade aqui está sendo buscada em prol de uma causa e, aparentemente, não parece colocar em jogo a integridade física do desafiado.

Porém, atualmente, os desafios que são tendência nas redes não possuem qualquer ligação com causas humanitárias e estão mais ligados à mera busca pela visibilidade (visualizações, curtidas, compartilhamentos). Apelam, colocando em pauta um conteúdo que põe em perigo a integridade física do desafiado, relembrando a antiga série de TV “Jackass” em que os protagonistas passavam por situações diversas em que saíam quase sempre com algum tipo de lesão ou ferimento.

É claro que os desafios atuais que quero questionar não atingem um nível tão elevado quanto o do mencionado seriado, ainda que possam gerar riscos e perigos graves. Cabe questionar, por exemplo, o “desafio da fita adesiva” em que um adolescente desafiado acabou caindo da janela de seu quarto enquanto tentava sair da “armadilha de fita adesiva”, fraturando a órbita de um de seus olhos. 

Outro desafio que também ficou famoso nos últimos meses foi o desafio da canela, que consiste em colocar uma colher cheia de pó de canela na boca e aguentar um minuto sem beber água. Após o feito, o usuário precisa publicar o vídeo no Youtube. Este último feito é considerado perigoso, pois engolir canela pode causar asfixia, irritação na garganta e até problemas respiratórios. Nos EUA, Arthur Williams, diretor de Huron High School, alertou os pais das crianças sobre o desafio. Um dos alunos da escola foi internado por quatro dias após tentar realizar o desafio.

Após a morte de Gustavo Riveiros Detter, de 13 anos, provocada por um desafio chamado de jogo do enforcamento, jogo da asfixia ou jogo do desmaio (traduções para The Choking Game), uma escola na Zona Oeste de São Paulo também fez um trabalho preventivo para alertar os alunos sobre as consequências de brincadeiras perigosas. Vários vídeos de jovens se espalharam pela internet exibindo essa "brincadeira" que pode levar à morte já que os movimentos têm por objetivo diminuir a quantidade de sangue no cérebro. Na queda podem ocorrer lesões pelo corpo e até traumatismo craniano. Se existir alguma pré-disposição, o adolescente pode sofrer uma parada cardíaca e a falta de oxigênio no cérebro pode deixar sequelas graves, para o resto da vida.


Outra brincadeira nada engraçada também tem circulado por meio de vídeos postados na internet deixando seguidores com queimaduras de até terceiro grau. É o chamado desafio do desodorante, onde os jovens apostam quantos segundos conseguem manter o dedo pressionado na válvula do aerossol contra a pele. O Programa Bem Estar da Rede Globo recentemente também falou sobre o perigo por trás dessa moda dos desafios da internet.

A questão da visibilidade na Internet é intrigante e parece-me preocupante que estes desafios tomem uma proporção tão gritante no mundo inteiro, ainda mais junto à crianças e adolescentes. Ademais, cabe lembrar o fato de que as pessoas estão colocando as suas vidas em risco pelo simples desejo de galgar o reconhecimento alheio, o que nos faz questionar tais práticas sociais.

Em uma geração de Vloggers, Youtubers, Instagramers, Facebookers, e outros, devemos ficar atentos às ações das pessoas que almejam os seus “15 segundos” de fama nos holofotes virtuais e observar até que ponto esta busca pode afetar a vida daqueles que fazem parte, ou não, deste cenário. A visibilidade em si não é algo ruim, porém, os caminhos para alcançá-la e como usá-la para o convívio com os demais indivíduos de uma sociedade devem e podem ser questionados.

"Mas é necessário haver grande temperança nas diversões, bem como em qualquer outra ocupação. E o caráter desses entretenimentos deve ser cuidadosa e cabalmente considerado. Todo jovem deve perguntar-se a si mesmo: Que efeito terão essas diversões na saúde física, mental e moral? Ficará meu espírito tão absorvido que me esqueça de Deus? Deixarei de ter em mente a Sua glória? [...] Nesta fase do mundo há uma busca de prazeres sem precedentes. Dissipação e absurda extravagância prevalecem por toda parte. As multidões estão famintas por divertimentos. A mente torna-se frívola e vulgar por não estar acostumada à meditação nem disciplinada para o estudo. É corrente o sentimentalismo ignorante. Deus exige que cada alma seja disciplinada, refinada, elevada e enobrecida. Mas não raro toda aquisição de valor é negligenciada pelo exibicionismo da moda e os prazeres superficiais." (Ellen G. White - O Lar Adventista, p. 512 e 521)

Fonte:http://megaphoneadv.blogspot.com.br/

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