Seja
sincero: quantas vezes você já acessou o Facebook ou o Twitter hoje?
Quanto tempo gastou no videogame? Quantas vezes disse para si mesmo “só
mais cinco minutinhos” antes de colocar o celular de lado e ir estudar?
Hoje em dia é normal que esse tipo de situação aconteça com frequência.
No entanto, é preciso tomar cuidado para que a compulsão por internet
não acabe se tornando um vício que pode prejudicar não só os seus
estudos, mas também toda a sua vida.
Pode
parecer exagero, mas não é: casos de vício em internet e redes sociais
são cada vez mais frequentes. Segundo um estudo do Hospital das Clínicas
(HC) de São Paulo, cerca de oito milhões de pessoas são afetadas pela
dependência no Brasil. Desses, a maioria é de jovens e adolescentes a
partir de 14 anos, como afirma a psicóloga Dora Sampaio Góes, do Grupo
de Dependências Tecnológicas do Instituto de Psiquiatria do HC. Quando
se trata de vestibulandos, a situação piora. “O ano já exige muito do
adolescente, que está muito vulnerável, enfrentando pressões e dúvidas
de carreira”, enfatiza a psicóloga. “O vício provoca isolamento social,
prejuízos nas atividades escolares, deslize nas relações familiares e
falta de contato com o mundo real. É comum vermos jovens com déficit de
relacionamento, que não conseguem conversar cara a cara ou mesmo
paquerar alguém.”
Devido ao acesso cada vez mais fácil à internet, os números de
dependentes não param de crescer. De acordo com o jornalista Pedro
Burgos, em seu livro Conecte-se ao que importa: um manual para a vida
digital saudável,
o problema é comum porque as pessoas ficam nervosas quando não estão
fazendo alguma coisa. É aí que entra o celular. “Estamos com um déficit
de tédio. A minha obsessão por ficar sempre ‘informado’ ou com a mente
ocupada com novas informações piorou com as redes sociais. Aquilo estava
me fazendo bastante mal: tinha sono o tempo todo, estava mais
irritadiço e menos saudável”, conta ele.
Para quem não está sofrendo com uma dependência séria, há maneiras
simples de evitar o uso excessivo do celular ou do computador.
Primeiramente: pare de enrolar. Quando temos que estudar ou fazer algum
trabalho de uma matéria chata, qualquer coisa parece interessante, até o
movimento das nuvens no céu. Por isso, é importante afastar qualquer
distração e evitar o impulso de “ver rapidinho qual é a notificação” no
celular.
“O mais importante é o estudante estar inteiro no que estiver fazendo.
Desligar o computador e desativar as notificações do celular é o melhor
jeito de não dispersar a atenção, porque o uso constante estimula a
ansiedade por mais interações”, recomenda Dora. Mas não vá correndo para
o celular ou computador assim que terminar o estudo. É importante
também reservar momentos com a família e com os amigos (fora do WhatsApp
e do Facebook!), [...] para que seu tempo livre não seja consumido pelo
tempo online.
Procure reservar, no seu dia, os momentos adequados para acessar a internet. O planejamento anterior pode ajudar a diminuir
a ansiedade e evita que aqueles pequenos acessos de cinco minutos
acabem durando uma hora. Além disso, entenda que as coisas vão continuar
as mesmas independentemente do quanto você entra no Facebook, e aquela
notificação ou e-mail não precisam ser vistos ou respondidos agora.
Ainda vão estar lá tanto dali a cinco minutos quanto em cinco horas.
Melhorar a relação com as redes pode te ajudar a concentrar mais nos
estudos, mas, acima de tudo, pode melhorar sua vida como um todo,
proporcionando experiências reais em vez deposts no Facebook que você
vai esquecer em seguida. Sabe aquela hora que você nem viu passar porque
estava jogando Candy Crush ou assistindo ao milésimo vídeo no YouTube?
Que tal trocá-la por aquele livro que você queria conseguir terminar
[...] ou mesmo pelo amigo que você não vê há um tempo? “Ao vivo, temos
mais tolerância com as imperfeições, entendemos melhor o que os outros
têm a dizer, relevamos erros e seguimos a conversa. [...]”, diz Burgos.
Veja os principais sintomas da dependência de internet:
- Tentar diminuir o uso e não conseguir.
- Mentir a respeito do tempo que usa o computador, as redes sociais ou o videogame.
- Precisar ficar cada vez mais tempo online para ter o mesmo prazer.
- Perceber que o humor melhora quando está conectado ou jogando.
- Usar a tecnologia como refúgio dos problemas.
- Abrir mão de sair ou passar tempo com outras pessoas para ficar na internet.
- Colocar em risco os estudos ou o trabalho.
Fonte: Guia do Estudante
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