"Bite" provoca vômitos e desmaios no cinema - Cristãos podem assistir filmes de terror?

Se você está procurando um filme de terror que vai te dar calafrios, "Bite", de Chad Archibald, exibido no Fantasia International Film Festival, pode ser uma boa pedida. Pelo menos as notícias envolvendo a estreia são bem assustadoras. De acordo com a página oficial do longa no Facebook, a estreia do filme foi marcada por desastres. Durante a sessão, duas pessoas desmaiaram, uma vomitou e outra bateu a cabeça na escada da sala de cinema. O que está provocando tanto rebuliço são as cenas fortes do filme. "Bite" conta a história de uma noiva que viaja antes do casamento e é picada por um inseto. A partir daí, ela começa a lentamente se transformar em um bicho bem nojento, com feridas cheias de pus cobrindo seu corpo. "Bite" chega aos cinemas dos Estados Unidos em 31 de agosto e ainda não tem previsão de estreia no Brasil (ainda bem). (UOL)

Pode um cristão assistir a filmes de terror? 
Para alguns, a resposta seria claramente um “não”, enquanto outros não veriam problema em dedicar tempo vendo esse tipo de conteúdo. Esse último grupo costuma argumentar que os filmes são de mentira e, portanto, basta que as pessoas diferenciem realidade de ficção e não haveria problema nenhum. O presente artigo se limita a analisar apenas as produções do gênero terror, mas alguns de seus princípios podem ser facilmente aplicados a outros tipos de mídia e gêneros. Por que as pessoas assistem a filmes de terror? 

As produções variam desde filmes com violência extrema até questões sobrenaturais. Por que algumas pessoas sentem o desejo de se submeter a essas cenas enquanto outras as repelem? De acordo com Ron Tamborini, o que faz a diferença é o nível empático do espectador. Empatia é a capacidade de se colocar no lugar do outro. Indivíduos com alto nível empático não apreciam filmes de terror devido à forte reação negativa ao sofrimento e dor alheios. Mas se essa exposição causa angústia, o que leva algumas pessoas a gostar desse tipo de mídia? 

A apreciação pelo horror advém da angústia seguida do alívio. O terror causa uma angústia pessoal pela cena e o que traz satisfação ao espectador é a sensação de alívio após a resolução. Verifica-se, no entanto, que as mulheres estão menos dispostas a se submeter a essa angústia, a despeito do alívio produzido depois. Outra motivação que algumas pessoas encontram para assistir a esses filmes está fundamentada no que M. Zuckerman define como a busca por sensações: “a busca por variadas, novas, complexas e intensas sensações e experiências e sua disposição de se arriscar fisicamente, socialmente, legalmente e financeiramente para se obter essa experiência”. Pessoas que buscam esse tipo de sensações são menos propensas a se imaginarem como pessoalmente vulneráveis às ameaças apresentadas na mídia de terror ou de violência.

Para se obter mais alívio (sentimento que dá prazer), os filmes têm intensificado cada vez mais o suspense e a violência. Afinal, quanto mais tensão houver, maior será o alívio. 

Num estudo feito sobre as reações do espectador ao ver filmes de terror, concluiu-se que:

1º) As pessoas que gostam do gênero terror mantêm o nível de sentimentos negativos ao assistir ao filme similar ao das pessoas que rejeitam esse tipo de mídia. Ou seja: assistir a muitos filmes de terror não diminui os sentimentos ruins causados por eles. A pessoa continua a ter as reações negativas de medo, ansiedade e angústia. 

2º) O sentimento de alívio é maior nas pessoas que não estão acostumadas com filmes de terror. Isto é, quem está constantemente buscando esse tipo de mídia fica menos aliviado com o final do filme. Isso indica uma dessensibilização para a resolução do conflito apresentado no filme. 

3º) Quando a pessoa assiste a um filme de terror, sentimentos negativos e positivos (como medo e felicidade, repulsa e atração) passam a coexistir. Há uma coativação de sentimentos bons e ruins. Os efeitos negativos causados pela exposição ao terror podem durar anos. Um estudo realizado por Kristen Harrison e Joanne Cantor, da Universidade de Wisconsin, constatou que 90% dos entrevistados reportaram reações de medo originadas na infância (26% relataram ansiedade residual mesmo na fase adulta). A experiência de exposição ao terror pode ser traumática, produzindo fobias em relação a animais, sangue, injeção, determinados tipos de sons e situações que lembrem alguma cena de filme.


Conclusão – Se analisássemos apenas pelo prisma científico, já teríamos razões suficientes para não nos expormos a esse tipo de mídia. Mas, como cristãos, temos razões adicionais. É na mente humana que o Espírito Santo atua para realizar Sua obra de convencer “o mundo do pecado, da justiça e do juízo” (João 16:8). Ao se submeter a essa influência depreciadora da mente trazida pelos filmes de terror, o cristão coloca em risco sua vida espiritual. Seus efeitos negativos na mente são o próprio indício de que devemos fugir dessa exposição. O conselho bíblico sobre o alimento mental é claro: “Tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento” (Fp 4:8).

Com informações de Revista Adventista

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